Algumas pessoas costumam me pedir para escrever algo que esclareça de maneira simples o que é o software livre. Resolvi colocar então aqui um texto que eu produzi há algum tempo sobre o assunto. Ele é voltado para pessoas leigas no assunto e foi escrito de maneira bem simples. Sugestões e correções são bem-vindas nos comentários… 


Um software, que também recebe o nome de programa, é um conjunto de instruções que indicam aos computadores como realizar determinadas tarefas. Assim, temos softwares para digitar texto, visitar páginas da Internet, fazer cálculos, entre outros. O problema é que geralmente esses programas são proprietários, ou seja, eles pertencem à empresa que os produziu. Isso significa que quando uma pessoa adquire um software ela está, na verdade, pagando pelo direito de usar esse programa, que continua sendo propriedade da empresa produtora. Por causa disso, esse programa não pode ser compartilhado com outras pessoas e nem alterado, mesmo se ele possuir erros que possam prejudicar o trabalho de alguém. Além disso, alguns softwares são proibidos de serem comercializados em determinados países do mundo, devido a várias questões, entre elas, embargo comercial. Por fim, temos também a questão da segurança. Não existe nenhuma garantia plena de que esses programas não possuam brechas (propositais ou não) em seu funcionamento que permitam, por exemplo, que a empresa produtora (ou algum associado dela) tenha acesso não autorizado aos computadores e dados dos seus usuários.

Com o software livre a situação é diferente. Eles podem ser usados para qualquer fim sem nenhum tipo de restrição, seja de país, organização política ou credo religioso. Podem ser distribuídos livremente por qualquer pessoa e todos podem estudar a sua estrutura, o que permite a qualquer um entender o seu funcionamento. Além disso, eles podem ser alterados à vontade, seja para serem adaptados a uma necessidade específica, ou mesmo para corrigir algum eventual erro.

Devido ao seu dinamismo, a manutenção dos softwares livres cria uma estrutura de comunidade muito interessante, onde indivíduos literalmente espalhados pelo mundo inteiro contribuem para a produção de um bem comum. A única condição que as pessoas devem respeitar é que, ao usarem ou modificarem esse tipo de programa, ele deve continuar plenamente disponível para todos. Ou seja, você não pode se "apropriar" de um software livre e torná-lo proprietário. Ele é livre e deve continuar assim.

Atualmente estão sendo produzidos milhares de programas que seguem essa filosofia, para os mais diversos fins. Desde alguns genéricos, como por exemplo, editores de texto, planilhas eletrônicas e navegadores de Internet, até outros bem específicos, como gerenciadores de acervos de bibliotecas ou de clínicas médicas. Hoje em dia, praticamente todos os softwares proprietários tem algum correspondente livre, sendo que as versões livres muitas vezes apresentam menos problemas e mais recursos que o similar proprietário. Existem até mesmo alguns sítios que mantém tabelas de equivalência entre softwares livres e proprietários, como o Open Source as Alternative, The Linux Alternative Project e The table of equivalents/replacements/analogs of Windows software in Linux. São todos em inglês, mas bem simples de serem consultados.

Obviamente, para que esse movimento continue ativo, é necessário que as pessoas contribuam com ele. Programadores podem aprimorar softwares já existentes ou criar novos. Pessoas com conhecimento de outros idiomas podem traduzir as interfaces. E mesmo se você não possui nenhuma dessa habilidades, pode contribuir, simplesmente usando os softwares livres, informando aos responsáveis os erros que você encontrar e difundindo a idéia do movimento entre seus conhecidos. É com a colaboração de cada um de nós que o software livre irá ganhar força e se tornar cada vez mais popular. Daí a importância de todos na difusão desse ideal.

Previous Post Next Post